O inspetor Guimarães, da Divisão de Homicídios, informou nesta terça-feira que o menor de 17 anos apreendido da casa do goleiro Bruno, do Flamengo, confessou em depoimento ter dado uma coronhada na cabeça de Eliza Samudio, ex-amante do atleta, no carro Land Rover do jogador, a caminho do sítio de Bruno em Esmeraldas, Belo Horizonte. O menor contou que estava escondido no banco de trás do carro quando Eliza entrou no veículo, levada pelo amigo de Bruno Luiz Henrique Ferreira Romão, conhecido como Macarrão; ao descobrir a presença do adolescente, a mulher teria se assustado e iniciado uma discussão, que resultou no golpe. O menor também disse não ter participado do assassinato de Eliza.
O depoimento do menor ainda está em andamento na sede da DH, na Barra da Tijuca, e é constantemente interrompido para que os interrogadores mantenham contato com a polícia mineira, que conduz a investigação sobre o desaparecimento de Eliza. Advogados que defendem Bruno estão no local, mas não atuam oficialmente em nome do menor, que é primo do jogador. A porta da delegacia chegou a ser fechada para evitar que jornalistas transitem no interior da unidade e atrapalhem as diligências policiais.
A polícia chegou até o menor depois que um tio dele foi até a Rádio Tupi e denunciou que o garoto havia participado no sequestro de Eliza e estava escondido na casa do goleiro, no Recreio. A polícia de Minas entrou em contato imediatamente com a DH, que conseguiu apreender o menor. O tio chegou a dizer que o jovem estaria sendo mantido em cárcere privado na casa do jogador. Porém, o advogado Monclar Eugênio Gama, que atua como assistente de Michel Assef Filho na defesa do goleiro do Flamengo, negou a acusação. Segundo o advogado, Bruno, que estava em sua residência, franqueou a entrada dos policiais.
Segundo a Rádio Tupi, o tio do menor é motorista de ônibus e mora em São Gonçalo. Ele teria contado que, no último sábado, o adolescente apareceu em sua casa desesperado. Ao tio, o jovem teria contado que a coronhada provocou a morte da mulher. A testemunha disse ainda que Bruno teria pagado o valor de R$ 3 mil a um homem chamado Cleiton para entregar o corpo de Eliza a um traficante que daria fim ao cadáver. O homem garantiu que, se o adolescente fosse procurado pelas autoridades, denunciaria todos os envolvidos no caso.
Ainda de acordo com a denúncia, quem teria articulado o crime contra Eliza teria sido Macarrão, e não Bruno. A mãe do jovem envolvido seria amiga da mulher de Bruno, Dayane Fernandes. O marido dela, padrasto do adolescente, é tio do goleiro. No sábado, enquanto o jovem estava na casa do motorista, teria recebido ligações de Bruno para ir para a casa do jogador. O denunciante disse que os advogados do goleiro estariam instruindo os envolvidos no sumiço de Eliza a dizer que ela teve uma discussão dentro do carro com o adolescente, e que acabou levando um soco no rosto - o que justificaria as marcas de sangue no veículo.
Ainda nesta terça-feira, o chefe do Departamento de Investigações de Belo Horizonte, delegado Edson Moreira, procurou o advogado do goleiro do Flamengo e disse que, até a próxima semana, quer ouvir Bruno, Macarrão, a mulher de Macarrão e pelo menos mais dois primos do atleta. Todos estariam no sítio do jogador no período em que a jovem Eliza Samudio desapareceu. Moreira, disse, no entanto, que já tem subsídio para ouvir Bruno, mesmo sem o resultado do exame. O veículo Range Rover do jogador foi apreendido no dia 8 de junho e passou por perícia.
Ainda segundo Edson Moreira, pessoas que já prestaram depoimentos devem ser chamadas novamente para dar mais esclarecimentos à polícia. Entre elas, o investigador citou a mulher do goleiro, Dayane de Souza.
Ainda nesta terça-feira, um dos advogados do pai da Eliza, Jader Marques, foi para São Paulo pegar o computador da jovem, na casa de uma amiga. O aparelho e outros pertences dela serão analisados pela polícia.
Da Agência O Globo
terça-feira, 6 de julho de 2010
Caso Bruno do Flamengo: menor confessa ter agredido Eliza no carro do goleiro.
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